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#51 – No bico do papagaio

24/10/2018 às 17:54. Comente esta notícia!

Seu Luis era quase sócio da unidade de saúde. A cada duas semanas, batia ponto na madrugada do postinho na busca sofrida para uma senha de consulta. No fundo, o que desejava era mais uma ‘injeçãozinha’ que aliviasse uma dor que castigava as suas costas há muitos anos.

Seu Luis faz parte de um exército de 27 milhões de brasileiros que sofrem com problemas na coluna. Hérnia de disco, dor no pescoço, bico de papagaio, dor no ciático, escoliose, lordose, cifose… são queixas frequentes na rotina do médico e que só perdem, em números, para os casos de gripe e resfriado.

Não é uma queixa boba.

Em termos de afastamentos do trabalho, a dor nas costas é o principal motivo elencado pelos peritos do INSS. Dependendo do paciente, há comprometimento das atividades diárias, restrição ao trabalho, prejuízo do sono, alterações no humor e até depressão.

Mas o que alguns pacientes não aceitam – e acabam descontando toda a sua fúria sobre os médicos – é que a saúde da coluna passa, invariavelmente, pelo condicionamento físico. Pacientes idosos, sedentários, ou mesmo os que trabalham no pesado, pecam aí, pois depositam suas esperanças apenas em medicamentos e cirurgias, o que pode ser bastante decepcionante.

De longe, os casos com melhor resolução são aqueles em que acontece a reeducação postural, o fortalecimento e alongamento de músculos e, claro, o respeito às limitações do próprio corpo nas tarefas do dia a dia.

Infelizmente poucos aderem a essa sugestão de tratamento, alegando que a dor impossibilita a prática de qualquer atividade física. Na prática, o paciente acaba indo na contramão de sua melhora, ficando dependente de medicamentos pelo resto de sua via.

O que vemos, então, é uma vida arrastada.

Repleta de lamúrias, lamentações e muitas, muitas injeções.

Pensa nisso, até a próxima, se cuida.

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#51 – No bico do papagaio
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