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‘Deus me livrou’: ex-funcionário foi demitido um dia antes de explosão em fábrica na Grande Curitiba

15 de agosto de 2025

Foto: Reprodução/RPC

Por g1

Carlos Evandro Teixeira, morador de Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), foi demitido um dia antes da explosão na fábrica de explosivos da Enaex Brasil, que deixou nove mortos e sete feridos na terça-feira (12), em Quatro Barras, também na RMC.

Carlos era líder de manutenção na fábrica e conhecia a rotina de cada setor. Segundo ele, a oração fazia parte de toda troca de turno dos funcionários. A delegada que investiga o caso afirma que os funcionários atingidos se reuniram para uma oração minutos antes da explosão.

O ex-funcionário conta que se sentiu preocupado depois da demissão.

“Eu vejo que foi um ciclo que se iniciou e chegou ao fim, como tudo na vida. E na hora eu falei com Deus: ‘E agora? Minha esposa grávida, como que eu vou fazer? Tá quase ganhando neném’. Daí, infelizmente, essa tragédia no outro dia. Eu senti que foi Deus me falando: ‘Eu estou cuidando de você’ […] Eu sei que Deus me livrou […] Eu fico triste pela situação, pelas famílias, pelos filhos, pelos pais, quem ficou vai sofrer muito por isso”, lamentou.

Carlos explicou que, antes de iniciar a produção, havia um minuto dedicado ao Diálogo Diário de Segurança (DDS), que durava de 10 a 15 minutos.

Durante esse tempo, eram discutidos cuidados de segurança e procedimentos necessários, de forma que se tornassem automáticos para os trabalhadores. Depois, iniciavam uma oração.

“Geralmente, a oração era um Pai Nosso, agradecendo pelo dia, por testar ali, pedindo para que no outro dia a gente conseguisse estar ali. Conseguisse vencer aquele dia”, compartilhou.

O ex-funcionário lembra que o local onde houve a explosão havia passado recentemente por modernização, com máquinas automatizadas. Ele diz ainda que o explosivo presente no setor era muito potente.

A explosão destruiu a área de 25 metros quadrados onde estavam os operadores. No lugar, ficou uma cratera.

“Isso tudo era analisado, tudo foi feito, estava tudo certo. Foi uma tragédia que não temos respostas […] Infelizmente tem pessoas que não vão voltar para casa. Não vão ver mais seus filhos, não vão poder mais retornar ao lar”, falou.

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