Foto: Ricardo Marajó/SECOM
Por g1
Conhecida pelo clima imprevisível e pelos dias de céu cinzento, Curitiba carrega a fama de ser uma das capitais mais chuvosas do país. Neste ano, a capital paranaense registrou 110 dias de chuva, de acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), reforçando o que viajantes, escritores e moradores há tempos sabem: a garoa é parte da identidade curitibana.
Mas, afinal, o que provoca tanta chuva em Curitiba? O g1 conversou um meteorologista que explicou o motivo. Entenda abaixo.
Reinaldo Kneib, meteorologista do Simepar, explica que a alta incidência de chuva na cidade está ligada a fatores geográficos, como a proximidade com o oceano e a Serra do Mar. Isso porque a umidade vinda dessas regiões acaba contribuindo para a formação de nuvens na Região Metropolitana de Curitiba e gerando as precipitações.
“Nessa época do ano, entre o inverno e o início da primavera, a gente recebe muita umidade vinda da região do oceano. Tem a própria Serra do Mar, que acaba contribuindo para a evaporação, com o processo de evaporação e transpiração da floresta. Isso contribui para que tenhamos mais umidade na atmosfera e, com isso, pode ter mais formação de nuvens que levam a chuva. Outro fator é a proximidade do oceano, que também transporta muita umidade. Os ventos são do oceano para o continente, de nordeste para leste, então, muitas vezes essa umidade consegue passar a Serra do Mar, chega aqui na na Região Metropolitana, forma as nuvens e provoca aquelas chuvas leves,”, explica o especialista.
Segundo Kneib, ao longo do ano, a maioria dos registros de chuva ocorre no período da tarde. Na primavera e no verão, as chamadas tempestades isoladas acontecem devido ao aquecimento durante o dia, que provoca chuvas no fim da tarde.
O meteorologista explica que 2025 tem sido mais chuvoso do que o ano passado. A diferença foi provocada pelo registro de um inverno mais seco em 2024.
“Esse ano está chovendo um pouco mais que no ano passado. As ondas de ar frio conseguiram avançar até o Paraná e a incursão de ar frio favoreceu que tivéssemos mais períodos de céu encoberto. No ano passado não, o que predominou foi uma massa de ar quente da região Centro-Oeste, ela avançou um pouquinho mais para o Sul, o que não é comum para essa época do ano. Já este ano, o inverno voltou a ser rigoroso, com quatro ondas de ar frio aqui e isso é esperado”, contou Kneib.