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Baleia jubarte, golfinhos e toninhas são avistados por pesquisadores da UFPR em sobrevoo no litoral do Paraná

2 de junho de 2025

Foto: Reprodução/RPC

Por g1

Uma baleia jubarte, golfinhos e toninhas foram avistados por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) durante um sobrevoo de helicóptero no litoral do Paraná. Junto com o Instituto Água e Terra (IAT), eles realizaram um trabalho de observação do comportamento dos animais durante uma semana.

Durante o período, um mesmo indivíduo de baleia jubarte foi avisado três vezes, próximo a Ilha do Mel. Os golfinhos e toninhas foram vistos durante o sobrevoo realizado neste sábado (31).

Os golfinhos avistados são da espécie boto-cinza, e são tradicionais da região. As toninhas também são populares no litoral paranaense, mas estão ameaçadas extinção.

O trabalho de observação faz parte de um estudo que começou em janeiro de 2025 e monitora as espécies que passam pela costa paranaense. Antes disso, o monitoramento era realizado com o uso de embarcações e drones, mas neste ano o helicóptero passou a auxiliar no trabalho. Desde então, 12 voos foram realizados.

De acordo com a Coordenadora do Laboratório de Ecologia e Conservação da UFPR, Camila Domit, as baleias jubarte estão em período de migração rumo à Bahia, onde fica o arquipélago de Abrolhos, considerado o berço das jubarte.

A pesquisadora explica que é normal a presença de baleias no litoral do Brasil entre os meses de maio e outubro, principalmente nas regiões sul e sudeste. Contudo, no Paraná elas não apareciam todos os anos, mas recentemente os pesquisadores notara o aumento de baleias em rota migratória próximo às zonas costeiras.

A suspeita é de que o motivo dessa mudança de rota esteja ligada a diminuição de krills – crustáceos abundantes em áreas polares e principais alimentos de baleias – devido aos efeitos das mudanças climáticas.

“A gente tem percebido ao longo dos últimos anos é que as baleias jubarte estão em uma rota migratória mais próxima a zona costeira. Desde 2020 isso tem sido mais comum, e essa migração é principalmente por animais juvenis e um pouco menores. A gente tem discutido o que tem levado esses animais mudar a rota e um dos pontos que nos preocupa é que eles não encontram mais a mesma quantidade de alimento, estão mais magros e isso podei estar ligado aos efeitos drásticos das mudanças climáticas na região antártica”, explicou Domit.

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