Período letivo que começa em pleno domingo e em fins de novembro? Apesar da enxurrada de notas zero, não se trata de uma turma em recuperação, até porque em matéria de humor eles são nota dez com louvor! O assunto é a estreia da quarta temporada da “Escolinha do Professor Raimundo — Nova geração”, que chega à Globo daqui a dois dias, às 13h, com reformulações: duas caras novas e outras duas repaginadas.
Érico Brás é um dos que colocam os pés nessa sala de aula pela primeira vez. Ele dá vida a Seu Eustáquio, originalmente defendido por Grande Otelo.
— Assisti a muito material de internet para pescar os trejeitos de Grande Otelo. O mais difícil foi o trava-língua do bordão “Aqüi, qüe qüeres?”, que ele falava muito espontaneamente e em que eu acabava engasgando — confessa o ator.

Diretora da atração, Cininha de Paula conta que era vontade antiga ter um negro no elenco:
— Chico Anysio sempre prezou por essa representatividade. Ele convidou Grande Otelo no momento em que ele mais precisava trabalhar.
Foi Cininha quem também determinou que Marco Luque trocaria de personagem: em vez de Nerso da Capitinga, ele agora será Patropi.
— O motivo é muito simples. Orival Pessini, quando fazia o Patropi, usava uma máscara que é a cara do Luque, naturalmente — explica ela, arrancando risadas dos colegas de classe.

Marco Luque afirma que a mudança foi bem-vinda:
— Ter a oportunidade de homenagear outro ídolo meu é gratificante. Para Patropi, busquei explorar os bordões dele que marcaram época (“Sei lá, entende?!” e “Sem crise, meu!”). E estudei muito o gestual, o movimento hippie…
E aí sobrou para Gui Santana dar corpo ao mineirinho Nerso.
— Agora, podem me chamar de ator, humorista e remaker da Globo — brinca ele, que, antes, reviveu Zacarias no especial pelos 40 anos de “Os Trapalhões”.

Gui diz que as comparações com Luque e Pedro Bismarck, o primeiro a interpretar o caipira, não o preocuparam:
— Virou trilogia! Vejo Nerso como um super-herói da Marvel. Batman também não teve vários intérpretes? O meu tem mais barriga e a calça mais alta.

Já Otaviano Costa reencontra essa turma da pesada. Seu Ptolomeu, papel que lhe coube nas duas primeiras temporadas da nova “Escolinha”, foi de Bruno Garcia na última:
— Não tive agenda para fazer… Mas não rolou ciumeira. Ptolomeu não é meu nem de ninguém, é da história.