Nicolly Beatriz, hoje com quatro anos, faz acompanhamento no hospital do Banco de Olhos, em Sorocaba (SP).
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Criança tem rotina comum após procedimento realizado em 2016 (Foto: Carlos Dias/G1)
Dois anos após a cirurgia que a permitiu abrir os olhos pela primeira vez, em uma cena que comoveu milhares de pessoas, a catarinense Nicolly Beatriz Laurenco, de 4 anos, se adapta a uma rotina diferente do mundo ofuscado por uma forma severa de glaucoma congênito.
Por conta da pressão intraocular, Nicolly corria o risco de perder os olhos. Além disso, ela também não ouvia e enfrentava problemas renais.
Em 2016, uma campanha movimentou as redes sociais e possibilitou que a menina, então com 2 anos, realizasse uma cirurgia nos Estados Unidos. O procedimento ocorreu no dia 17 de março, em um hospital de Miami.
Após a intervenção cirúrgica, realizada com sucesso, a doença tem sido controlada em visitas regulares ao médico. O tratamento é realizado no Banco de Olhos de Sorocaba, no interior de São Paulo.

Veja o momento em que menina Nicolly enxerga pela primeira vez
“Não reclama de dor nem da luz do sol. Ela enxerga relativamente bem no claro e no escuro. Ela tem ainda o hábito de cheirar as pessoas, como fazia quando não enxergava, mas se vira muito bem sozinha”, conta a mãe, Daiana Pereira, de 28 anos.
Nicolly está matriculada há um mês em uma escola pública no interior de Santa Catarina, mas ainda tem necessidades especiais. Ao lado de outros alunos, a menina tem uma professora auxiliar e praticamente uma vida comum.
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Menina tem rotina ‘comum’ com a mãe após a cirurgia (Foto: Carlos Dias/G1)
Campanha na internet
Nicolly tinha apenas nove dias de vida quando foi submetida à primeira de sete cirurgias que fez no Brasil. Com as despesas de remédios e tratamentos ineficazes, a família passou agastar toda a renda que conseguia.
Foi então que, quando a menina tinha três meses, a mãe postou uma foto dela na internet. A imagem foi publicada na página que fazia a campanha da pequena Sofia, de Votorantim (SP), que tinha milhares de seguidores.
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Nicolly passou seis semanas nos Estados Unidos, onde foi operada de graça (Foto: Carolina Diago)
“Eu acompanhava a Sofia antes mesmo da minha filha nascer”, lembra Daiana. Sofia nasceu com Síndrome de Berdon e precisou passar por um transplante multivisceral. A cirurgia foi um sucesso, mas a menina morreu quatro meses depois por conta de uma parada cardíaca devido a outras complicações de saúde.
Com a divulgação do caso dela na página da Sofia, a família conseguiu as doações necessárias para fazer a cirurgia nos EUA.
Em pouco tempo, Daiana e a filha embarcaram aos Estados Unidos para uma temporada de seis semanas. A cirurgia de Nicolly durou três horas e, além da visão, menina recuperou também a audição.
A visão de Nicolly não é 100% nítida, mas a família considera o caso como um milagre. “As pessoas são incríveis. O dinheiro foi super bem investido e hoje a campanha está encerrada. Foi um milagre ela não ter perdidos os olhos e voltar a enxergar”, diz Daiana.
O oftalmologista Lucas Nicacio, responsável pelo tratamento, explica que Nicolly tem cerca de 10% da visão. O que parece pouco em comparação com a visão normal, para o profissional é considerado uma vitória. “Ela é muito independente e surpreende como se vira no dia a dia.”
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Daiana e Nicolly no hospital: Nunca duvidei, diz a maãe (Foto: Daiana Pereira/Arquivo Pessoal)
Via: G1