A história de vida de Edmilson Antonio Silva, de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, é a história de muitos brasileiros – e lamentavelmente a injustiça que percorre sua vida é também uma face tão comum quanto trágica desse país. Aos 8 anos Edmilson começou a vender mariolas; aos 14, ajudava no orçamento familiar entregando panfletos no centro da cidade.
Enquanto isso, seguia estudando com afinco e paixão – em especial no aprendizado de novas línguas. Aos 21 anos, já fluente no inglês, começou a estudar japonês (ganhou medalhas de prata e ouro em uma tradicional competição de oratória do idioma). Em outro concurso, acabou conquistando uma viagem ao Japão. Não demorou muito para, já trabalhando como zelador na Universidade Católica de Petrópolis, ganhasse uma bolsa para graduação em Relações Internacionais – curso pelo qual, em 2010, se tornou o único negro a se formar na universidade.
Acima, Edmilson com sua amiga Bárbara; abaixo, em sua viagem ao Japão

Suas medalhas pelo domínio do idioma japonês
Sua história foi contada pela amiga Bárbara Costa no Facebook, que utilizou sua experiência com marketing digital para tentar ajudar Edmilson – não só para ajudar o amigo, mas também para denunciar a difícil condição profissional da cidade, segundo ela, mesmo entre as pessoas mais qualificadas.
Esse é o Edmilson, um amigo com uma história de vida incrível. Ele é um dos meus maiores exemplos de superação e…
Posted by Barbara Costa on Saturday, March 16, 2019
Os esforços de Bárbara e principalmente de Edmilson fizeram com que a história ganhasse uma curva feliz, na direção de um amanhã melhor e mais justo: o post fez com que a Aliança Francesa de Petrópolis oferecesse uma bolsa de estudos para Edmilson estudar francês.
Para ele, a bolsa será o primeiro passo para a realização de seu grande sonho: trabalhar para um consulado – ofício que exige, segundo ele, aprovação em um concurso especialmente difícil, com alto conhecimento em francês. O que o futuro reserva para Edmilson ainda não é possível saber, mas é fácil perceber, em uma sociedade injusta em que os méritos pessoais quase sempre não importam, o quanto ele efetivamente merece a vida que sempre sonhou.